A copa de 1998 e o CCNA

Em 1998 a seleção brasileira de futebol masculino fazia a sua décima sexta participação na copa do mundo, chegava como atual campeã do torneio, havia conquistado o tetra na inesquecível campanha de 1994 com a dupla Bebeto e Romário em uma final decidida nos pênaltis contra a Itália de Roberto Baggio eleito melhor do mundo em 1993, foi dele a última cobrança chutada por cima do gol nos dando o título.

Como técnico em 98 tínhamos o velho Lobo Zagallo, cortado do elenco por lesão o craque da última copa, Romário não disputaria o torneio, mas com elenco extremamente qualificado com nomes como Ronaldo, Rivaldo, Taffarel, Roberto Carlos, Bebeto e vários outros chegamos na final mais uma vez, só que agora contra a França, que nunca havia conquistado uma copa, mas que jogava em casa e tinha no elenco um jogador chamado Zinédine Zidane.

Zidane acabou com o jogo, marcou dois gols e ficamos com o vice, eu com 12 anos na época assistia a minha primeira grande decepção futebolística, que tristeza. 

Também em 1998 o Cisco Certified Network Associate (CCNA) era criado pela Cisco Systems, empresa estadunidense referência do mercado de redes computadores, na ementa do exame tinha tecnologias como AppleTalk, IPX/SPX, Token Ring, ISDN e ATM, tecnologias hoje consideradas legadas.

Em pouco tempo o CCNA se tornou a certificação mais bem vista pelas empresas na hora de procurar um profissional qualificado, seja para trabalhar com equipamentos Cisco ou de outros fabricantes, consequentemente se tornou também uma certificação desejada por profissionais que desejavam melhorar o seu currículo. 

Para muitos, obter a certificação CCNA é um passo importante na preparação para uma carreira em Redes.

No final de 2008, 10 anos após a primeira versão do CCNA e o vice campeonato da seleção, eu com 22 anos estava ingressando no mercado de trabalho de tecnologia e terminando a faculdade, comecei no ano anterior como atendimento e suporte a computadores mas logo já me interessei pela área de redes da empresa onde trabalhava, demonstrava esse interesse para a equipe e sempre que podia os ajudava com mais vontade do que conhecimento, naturalmente fui alocado para a área, nela conheci o CCNA, de curiosidade pedi para um colega que estava estudando me mostrar o que era cobrado e como funcionava o processo, para mim foi um choque de realidade, o exame todo em inglês com quase 100 questões e nota de corte acima de 80% era aterrorizante.

No mesmo período iniciei uma pós-graduação em redes de computadores e resolvi também dar início aos estudos do CCNA, comprei o livro CCNA 4.0 do Marco Filippetti e andava pra baixo e pra cima com ele, depois de 6 meses de estudo decidi agendar o exame.

No dia 18 de maio de 2009, uma segunda-feira, pedi uma liberação no trabalho na parte da tarde, peguei minha moto Honda Bros 150cc com partida a pedal e fui em direção ao centro de exames que ficava em uma faculdade de Belo Horizonte da qual não me lembro o nome.

Foram duas horas de nervosismo, o resultado final: REPROVADO.

Assim como a decepção da copa de 1998, ser reprovado no exame também foi marcante, achava que meu mundo tinha acabado e que eu era um idiota, mas da mesma forma que a seleção foi campeã na copa seguinte, em 2002, eu também tive a minha redenção, e nem precisei esperar 4 anos.

Pra minha sorte, na época a Cisco estava com uma promoção chamada Cisco comeback, em caso de reprovação você poderia tentar novamente sem nenhum custo. Aproveitei essa oportunidade e no dia 05/06/2009 eu passei no exame 640-802 (CCNA da época)!

Nada é fácil, nada é simples, derrotas e problemas vão acontecer, fazem parte da vida, cabe a você levantar e seguir em frente, antes de me tornar CCIE passei por vários momentos de fracasso que sempre lembrarei e que de certa forma me fizeram ser o que sou hoje.

A vida é muito parecida com os esportes, um dia a gente ganha, no outro a gente perde.

Para a copa de 2002 e minha aprovação no CCNA eu dou cinco pings: !!!!!

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